domingo, 3 de maio de 2009

Angu de Sangue

Nem arroz, nem feijão, nem bife. Em meu jantar de ontem foi servido angu. puro e seco. Quer dizer, com um pouco de sangue. É, sangue. Esse que corre nas veias, sabe? Pra piorar, comi num porão frio e escuro, sentado numa tábua sem encosto.

Assim foi a apresentação do coletivo angu de teatro (Cena Pernambucana) na sala do coro do teatro Castro Alves. Parte do Festival de Teatro Brasileiro, a peça angu de sangue é baseada em contos do livro homônimo e de balé ralé, ambos do escritor marcelino freire. O grupo do Recife veio dizer à Salvador que esta cidade não é a única em que predomina a solidão, violência, exclusão, persistência e dor. Que as pessoas não conversam, não se ouvem, não se entendem. Apenas falam. Falam ao mesmo tempo, falam sozinhas, falam com todos e com ninguém.

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